quinta-feira, 13 de agosto de 2009

FERTILIZAÇÃO

O nascimento de Louise Brown em 1978 (Steptoe & Edwards, 1978), a primeira criança concebida após fertilização in vitro e transferência de embrião, marcou o início de uma era de extraordinário progresso no entendimento e tratamento dos problemas relacionados à fertilidade humana.

Originalmente a fertilização in vitro seguida de transferência de embriões (FIV-TE) foi proposta para o tratamento dos casos de infertilidade tubária, ou seja, para aquelas pacientes em que as trompas estavam ausentes ou irreparavelmente obstruídas. O aprimoramento das técnicas de FIV ampliou as suas indicações e permitiu o seu uso para o tratamento da infertilidade de outras etiologias.

A fertilização in vitro, muitas vezes denominada "Bebê de Proveta", deve-se ao fato da fecundação do óvulo pelo espermatozóide ocorrer fora do corpo, em laboratório, ou seja, in vitro. Os embriões resultantes da fertilização in vitro são transferidos para o útero aproximadamente 72 horas após a captação de óvulos.



Etapas da fertilização in vitro e transferência de embriões

  • Indução da ovulação, para estimular amadurecimento de vários óvulos.
  • Monitorização do crescimento folicular com ecografia transvaginal.
  • Coleta de óvulos por ecografia transvaginal (mediante analgesia, tempo médio 5 - 15 minutos).
  • Coleta do sêmen e capacitação espermática, no mesmo dia da coleta dos óvulos.
  • Inseminação in vitro: identificação e classificação dos óvulos com posterior inseminação com o sêmen capacitado.
  • Transferência de embriões para o útero materno, geralmente 3 dias após a fertilização.
  • Suporte da fase lútea.
  • Diagnóstico de gestação.
Inseminação In Vitro
O líquido folicular aspirado chega ao embriologista para identificação e classificação da maturidade dos óvulos. A maturidade do óvulo é determinada pela morfologia do complexo cumulus-corona em sua volta e pela presença ou ausência de vesícula germinativa e primeiro corpúsculo polar. Os óvulos são classificados como imaturos ou em prófase, metáfase I e metáfase II ou maduros.

Os óvulos maduros ficam algumas horas em cultura sendo então inseminados na proporção de aproximadamente 100 mil espermatozóides móveis para cada óvulo. Quinze a 19 horas após a inseminação os óvulos são examinados ao microscópio em busca do sinal de fertilização (presença dos pró-núcleos masculino e feminino). Vinte e quatro horas após a inseminação observa-se a presença de pré-embriões, divididos em duas células. A transferência dos pré-embriões realiza-se 48 a 72 horas após a inseminação, com pré-embriões com quatro, oito ou mais células.

Transferência de embriões

Neste procedimento, similar a um exame ginecológico de rotina, coloca-se o espéculo na vagina e com um cateter adequado coloca-se os pré-embriões na cavidade uterina. O catéter de transferência é extremamente delicado, existindo diversos modelos. A tranferência é indolor, portanto não necessita de anestesia ou analgesia. Após o procedimento a paciente fica aproximadamente 30 minutos em repouso.

Resultados da FIV - TE

Os índices de gestação com a FIV-TE são tão bons como os da natureza. Um casal fértil normal, com 20 anos, fazendo sexo regularmente, tem a cada mês em torno de 16% de chance de conceber. Com o procedimento FIV-TE, após a transferência de 3 embriões os índices de sucesso por ciclo de tratamento ficam, também, em torno de 20%-30%. Depois de quatro ciclos de tratamento o índice cumulativo de gestação chega a 50% por casal em média. A idade da mulher é fator importante nas taxas de gestação.