quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Saúde bem viver- Consumo de peixe pode evitar segueira

Estudos publicados no periódico científico Archives of Ophtalmology (Arquivos de Oftalmologia), revelam que a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), principal causa de cegueira em pessoas com mais de 60 anos, pode ser evitada com a ingestão de ômega-3. De acordo com a pesquisa, realizada nos Estados Unidos, pessoas que inseriram peixes na dieta duas vezes por semana apresentaram uma redução de 36% no risco de desenvolver a doença degenerativa.


O oftalmologista Fábio Casanova afirma que a descoberta é válida, e explica que a patologia é multifatorial, não tem causas definidas. “Com o avanço da idade, o organismo perde os mecanismos de defesa natural, e suplementos alimentares ricos em antioxidantes podem contribuir na prevenção destas doenças degenerativas. O consumo de ômega-3, ácido graxo presente na gordura de alguns peixes, como o salmão, reforçaria a riqueza nutricional destes suplementos, bem como o uso de vitaminas, principalmente a vitamina C”, esclarece.

Conforme maior expectativa de vida mais pessoas são acometidas por esta doença, que apresenta como principais sintomas: sensação de visão dupla, pontos escuros, palavras borradas, linhas retas parecendo onduladas e palidez das cores. No Brasil, há 170 milhões de pessoas, segundo dados de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Destes, 15 milhões têm mais de 60 anos, representando 8,6% da população. A projeção é que esse número tenha aumentado para 18% da população em 2050.


A degeneração macular se manifesta na mácula - região do olho responsável pela visão central onde são definidas cores, rostos, letras e formas; e se apresenta em duas formas: do tipo seca e úmida. A forma seca da doença é responsável por 90% dos casos, mas felizmente é mais benigna do que a forma úmida.

Ambas se caracterizam por alterações degenerativas da mácula, provocadas pelo envelhecimento. Como conseqüência, as células dessa região ocular morrem – o que leva o doente à perda da visão central e, nos casos mais graves, à cegueira.

A diferença é que, na degeneração macular úmida, o organismo cria uma rede anômala de vasos sanguíneos sob a mácula. "Além de ineficientes, esses vasos tendem a sangrar com facilidade, o que acelera o processo de cegueira", afirma Dr. Fábio Casanova.

A medicina só oferece tratamento para portadores da degeneração macular úmida – e, mesmo assim, em situações muito específicas. De medicamentos a cirurgias com laser, as terapias disponíveis limitam-se a conter a proliferação da rede paralela de vasos sanguíneos. Em alguns poucos casos, quando o diagnóstico é feito precocemente, é possível reverter o processo e melhorar a visão, porém há a necessidade de aplicações repetidas do medicamento em várias sessões ao longo do ano.

O processo degenerativo sofrido pela retina é inegável, embora saiba-se que existem diferentes níveis de gravidade e que ele pode ocorrer mais cedo ou mais tarde no idoso. Essa degeneração freqüentemente traz significativa perda visual, com limitada possibilidade de melhora. Sua incidência aumenta fortemente com o passar dos anos, podendo-se dizer que o risco de DMRI triplica dos 65 anos para a faixa entre 65 e 74 anos.

De acordo com o estudo norte-americano, os idosos que equilibraram a ingestão de gorduras, com o aumento de ômega-3 e a redução de ômega-6, presente em óleos vegetais, tiveram mais benefícios que aqueles que apenas aumentaram o consumo do primeiro tipo A agência Associated Press informou que as duas pesquisas não atingiram ainda os graus mais elevados de provas científicas, mas já podem ser usadas para a confirmação de estudos anteriores e embasamento de outros, futuros.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), recomenda a ingestão de 12kg de pescado, anualmente; no Brasil, apesar dos recentes aumentos neste número e do potencial produtor do País, o consumo alcança níveis da ordem de 8kg. Viver mais deve estar associado a viver com maior qualidade. Se a baixa de visão compromete a autonomia do indivíduo, consequentemente prejudica sua qualidade de vida. É fundamental consultar o oftalmologista com regularidade.

Matéria doada pela Insight Comunicação