quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

SAÚDE

CALVÍCIE FEMININA

É uma rarefação capilar difusa das áreas temporal, parietal e occipital, iniciando na linha média de repartição dos fios. Há a transformação de um pêlo terminal grosso em velus ( penugem ). É também conhecida como Alopecia Androgenética Feminina ou Padrão Feminino de Perda de cabelos.

Causas
A calvície feminina é tão comum quanto a masculina, porém menos severa e de uma apresentação clínica totalmente diferente. O início é gradual e após a puberdade, porém, com picos de aparecimento na idade entre 30 e 50 anos. Cerca de 25% das mulheres entre 25 e 40 anos e 50% das mulheres acima dos 40 anos, apresentam algum grau de calvície. Assim como na masculina, há também uma predisposição genética autossômica dominante, transmitida por ambos os pais, não somente pelo lado materno. Somente 20% dos casos têm história familiar positiva.

A causa é considerada multi-fatorial, sabendo-se que também ocorre a conversão da testosterona (hormônio masculino que também circula nas mulheres, porém em uma quantidade menor do que a dos homens) para DHT (D-hidrotestosterona), através da enzima 5 alfa redutase. Nas mulheres os andrógenos (hormônios masculinos) são produzidos nas glândulas supra-renais e nos ovários. As mulheres têm 3,5 vezes menos 5 alfa-redutase do que os homens, mas esta enzima também se encontra em maior concentração na região frontal, explicando o início da rarefação capilar neste local.

Na maioria das vezes, não se detectam aumentos hormonais masculinos na corrente sangüínea. O que ocorre é uma sensibilidade dos receptores celulares à DHT, desencadeando o processo de miniaturização dos fios, com diminuição do diâmetro e tamanho da haste dos fios e redução da fase de crescimento dos mesmos.

Os fatores desencadeantes podem ser: desordem hormonal, incluindo início ou interrupção de uso de anticoncepcional, pós-parto e período peri e pós menopausa.

Um outro tipo de alopecia encontrada, é a alopecia traumática, encontrada principalmente nas mulheres que realizam tratamentos químicos, como por exemplo, alisamentos, “rastafáris”, ou penteados que tracionem muito o cabelo. São mais fáceis de serem tratadas, pois com o tratamento adequado, tornam-se reversíveis.

Diagnóstico
Para um diagnóstico preciso da calvície feminina, sempre devemos afastar qualquer outra causa que gere uma queda abrupta de cabelos. As mais comuns são: anemia por deficiência de ferro, dieta alimentar restritiva, doenças da tireóide, alterações hormonais com aumento de hormônios masculinos, início ou interrupção do uso de anticoncepcionais orais, período pós-parto, uso de alguns medicamentos, pós cirúrgicos ou pós estresses. Para isso, a paciente deve ser submetida a uma detalhada história clínica, exame físico e exames laboratoriais. A paciente deve relatar detalhes, mesmo que os considere irrelevante, pois qualquer achado pode ser um diferencial no diagnóstico.

Ao exame clínico não é comum encontrarmos uma área totalmente calva ou entradas, como nos homens. A linha anterior dos cabelos ou a faixa anterior dos cabelos permanece em seu local original. Este fato se dá pela presença de uma enzima chamada aromatase que transforma a testosterona em estradiol (hormônio feminino) e a androstenediona, andrógeno presente em maior concentração na mulher, em estrona (hormônio feminino), protegendo os fios desta região de sofrerem o processo de miniaturização. As mulheres possuem uma concentração de aromatase 6 vezes maior do que os homens. Os hormônios femininos protegem as mulheres da calvície e é pela presença destes hormônios que a apresentação clínica das mulheres é tão diferente da dos homens.

A principal queixa das pacientes do sexo feminino é conseguir ver o couro cabeludo através dos fios de cabelo, quando se olham de frente no espelho. A calvície feminina é classificada em 3 tipos principais segundo Ludwig e em 8 tipos segundo Savin. A classificação é baseada na rarefação capilar que se inicia na linha de repartição dos cabelos e que evolui lateralmente acometendo toda a superfície superior do couro cabeludo.

Tratamento
Uma vez feito o diagnóstico, há 3 possibilidades de tratamento, de acordo com a indicação do médico especialista. O clínico, o cirúrgico, ou a associação de ambos.

O tratamento clínico consiste no uso contínuo de loções capilares, cápsulas de vitaminas específicas, medicamentos anti-hormônios masculinos (quando necessário); shampoo fortificante, e mais recentemente, o Laser de Baixa Potência. Face às fases do ciclo de crescimento dos cabelos, só estamos aptos a saber se o tratamento está ou não sendo eficaz, após um período mínimo de 6 a 8 meses.

O tratamento cirúrgico é a megassessão (maior número possível de fios transplantados em uma única cirurgia, dependendo da densidade e elasticidade da área doadora de cada paciente), especialidade da Clínica Dr. Fernando Basto.

Como pode ocorrer diminuição da densidade capilar também na região occipital, nem sempre as pacientes femininas têm indicação para o transplante de cabelos, pois é deste local que se obtém a faixa de cabelos doadora . Quando há indicação cirúrgica, sempre devemos analisar a densidade e a elasticidade desta área posterior, para fazermos um bom planejamento cirúrgico.

Na maioria dos casos femininos, a quantidade de fios doadores é insuficiente para cobrir toda a área rarefeita. Por isso é muito importante se estabelecer uma área prioritária para a colocação das unidades foliculares, de acordo com o estilo de penteado de cada paciente. Assim sendo, se consegue um efeito cosmético de camuflagem das outras áreas, quando os fios se sobrepõem.

Devemos salientar que mesmo a paciente optando pela cirurgia, ela deve sempre seguir um tratamento clínico pós cirúrgico orientado por nossa equipe. Isto fará com que o resultado cosmético obtido após a cirurgia se prolongue por mais tempo. Caso não haja um acompanhamento clínico, a tendência é da paciente voltar a apresentar uma rarefação capilar com o passar dos anos, pois os fios não transplantados tendem a sofrer o processo da calvície.

No pós operatório pode haver uma pequena queda de cabelos não transplantados. Isto se deve ao fato da paciente ter sido submetida a uma cirurgia, de terem sido feitas milhares de incisões entre os fios de cabelos, de haver micro traumas na circulação sangüínea e do próprio processo de cicatrização. Não há lesão das raízes pré-existentes. Estes cabelos voltam a nascer junto com os fios transplantados. Por isso as pacientes femininas necessitam de um apoio psicológico, com suporte médico, para realizarem este tipo de procedimento. Há necessidade de um acompanhamento pós operatório, para assegurar estas pacientes da evolução natural deste tipo de cirurgia.

Serviço:
Dr. Fernando Basto - Cirurgião Plástico
Rua Alberto Paiva, 349 - Graças, Recife - PE
Fone: (81) 3427.9000 / 3427.4888

ATENÇÃO
Procure seu médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis neste Blog, possuem apenas caráter educativo.