quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

SAÚDE

TRATAMENTO VERDE

Fitomedicina toma fôlego e é cada vez mais bem vista pelos brasileiros

Você faria uso de algum medicamento fitoterápico, caso fosse receitado pelo seu médico? A maioria dos brasileiros diria que sim. Representando cerca de 15% do capital da indústria farmacêutica mundial, a fitoterapia prova que está em plena expansão. Segundo o Instituto Brasileiro de Plantas Medicinais (IBPM), a quantidade de farmácias de manipulação foi ampliada em 73% nos últimos anos. Com crescimento anual de 10%, a previsão é de que, até 2010, o setor represente entre 8% e 10% do mercado farmacêutico no mundo, avançando em direção ao tratamento de doenças complexas.

Considerada a precursora da medicina moderna, a fitoterapia existe há mais de três mil anos e já foi receitada por muitas avós, mas só agora parece tomar fôlego. Esse crescimento é o reflexo do aprimoramento das pesquisas científicas, especialmente nas universidades, que passaram a investigar os componentes químicos das plantas, além de seus efeitos terapêuticos e toxicológicos. “A prescrição de medicamentos fitoterápicos era muito tímida até pouco tempo. Hoje, vários especialistas indicam o tratamento”, observa a engenheira química e empresária Georgia Vasconcelos (foto).

No último evento da Associação Médica Brasileira de Fitomedicina (Sobrafito), o IV Congresso Brasileiro de Fitomedicina, que aconteceu no mês de novembro, em São Paulo, profissionais de todo o país reuniram-se com o objetivo de levar à frente a implementação da fitoterapia no Brasil, promovendo uma reflexão sobre as reais possibilidades de acesso da população brasileira aos fitomedicamentos.

“Temos assistido o êxito de diversas áreas da saúde através dos benefícios dos fitomedicamentos. A preservação da saúde da mulher, da criança e do idoso são alguns exemplos”, diz a engenheira química, alertando para a importância da prescrição deste tipo de medicamento. “No congresso, discutimos vários artigos científicos que relatam a ação dos fitoterápicos sobre os sistemas nervoso, cardiovascular e respiratório, na gastroenterologia, na ginecologia e, ainda, na urologia”, afirma a engenheira química, ressaltando: “defendemos a fitomedicina científica, baseada em estudos, do mesmo modo que se faz com todo e qualquer medicamento no mercado”.

Chá verde, ginko biloba, carqueja, confrei e espinheira santa são alguns dos fitoterápicos mais conhecidos, mas frequentemente são encontrados novos extratos com benefícios comprovados e poucos efeitos adversos. Entre as mais recentes descobertas, a cranberry, que previne infecções urinárias, o panax ginseng, que funciona como estimulante sexual e combate o estressee físico e mental, a caralluma fimbriata e o slendesta, que aumentam a saciedade e promovem o emagrecimento.

Engana-se quem pensa que o tratamento fitoterápico é feito apenas com partes da planta desidratada, por meio de chás e emplastos. “Hoje encontramos medicamentos fitoterápicos em diversas formas farmacêuticas", finaliza Georgia.

Serviço:
Georgia Vasconcelos - Engenheira Química e Fitoterapeuta
Contato: (81) 3326.7988