O Bem Viver desta sexta-feira (29) vai falar sobre o Dia Mundial sem Tabaco com o pneumologista Blancar Torres. Infelizmente as pessoas continuam insistindo em fumar mesmo sabendo de todas as conseqüências nocivas que o fumo causa a saúde.
O Cigarro e Seus Males
Riscos
O cigarro foi considerado por muito tempo como símbolo de status. Hoje em dia, porém, sabe-se que o cigarro é um dos piores inimigos da saúde, e aos poucos ele vai saindo de moda.
Um bom exemplo de doença associada ao fumo é o câncer de pulmão, doença altamente fatal, em que a quantidade de cigarros fumados por dia é proporcional ao risco de se ter a doença. Isso quer dizer que, se a pessoa fuma de 1 a 9 cigarros por dia, ela tem 5 vezes mais chance de ter câncer, enquanto alguém que fume mais de 40 cigarros por dia terá uma chance 20 vezes maior que um não-fumante. Também as pessoas que não fumam, mas vivem com fumantes, (os chamados fumantes passivos) têm chance de adquirir a doença, sendo que 25 a 46% das mulheres que morrem de câncer de pulmão e 13 a 37% dos homens que morrem da mesma doença não são fumantes, mas com certeza adquiriram a doença através da convivência com fumantes.
Outras doenças também são apontadas como sendo causadas pelo cigarro, como o câncer de colo uterino, em que as mulheres fumantes têm um risco 3 vezes maior de adquirir a doença do que as não fumantes. Outros casos de associação do cigarro com câncer são câncer de laringe e de boca, de pâncreas, de bexiga, de esôfago, de estômago e de rim. O cigarro também contribui em grande parte para o infarto do coração, bem como para outras doenças vasculares, como o derrame cerebral. Por mais de 20 anos, várias pesquisas têm demonstrado que o fumo é a causa mais importante de bronquites crônicas e enfisema pulmonar. Como se não bastasse, em gestantes, o cigarro provoca partos prematuros, e o nascimento de crianças com peso muito abaixo do normal. Além disso, o fumo causa por volta de 20% dos casos anuais de asma nas crianças.
Composição
As folhas de fumo contêm mais de 4.500 complexos químicos, muitos dos quais se transformam em outras combinações. Esses complexos incluem arsênico, amônia, sulfito de hidrogênio e cianeto hidrogenado. Talvez o mais letal de todos os elementos seja o monóxido de carbono, que é idêntico ao gás que sai do escapamento dos automóveis. Como o monóxido de carbono tem mais afinidade com a hemoglobina do sangue do que o próprio oxigênio, ele toma o lugar do oxigênio, deixando o nosso corpo totalmente intoxicado.
Largando o hábito
Nem sempre é fácil largar o hábito do fumo. Mas sempre é bom para a saúde. Alguns benefícios são quase imediatos. Trinta minutos depois da pessoa fumar o último cigarro, pressão arterial, batimento cardíaco e temperatura voltam ao normal. Ao final de oito horas, o nível de oxigênio e gás carbônico do sangue começa a se equilibrar, e a chance de se ter um ataque do coração começa a cair. Algumas semanas depois de ter parado de fumar, o olfato e o paladar começam a funcionar normalmente, e a respiração se normaliza.
A pessoa que para de fumar sente-se mais energética e o seu risco de desenvolver um ataque cardíaco, após alguns meses, vai cair para menos de 50% do que quando fumava. Depois de 10 anos sem fumar, aquelas pessoas que tinham células pré-cancerosas nos pulmões passam a ter células normais e, após 20 anos de abstinência, passam a ser consideradas não fumantes.
Tratamento
Fumar vicia orgânica e psicologicamente. Para quebrar o hábito de fumar, pode ser necessário fazer alguma forma de tratamento que elimine a dependência física e psicológica da nicotina. Vários tratamentos têm sido sugeridos. Um deles é o uso de grupos de apoio. Também a hipnose e psicoterapia podem ajudar nos casos em que a ansiedade é um fator importante. Algumas pessoas se beneficiam do uso de acupuntura, com bons resultados. Porém, um tratamento que tem resolvido bastante é o uso de bandagens de nicotina auto-adesivas ("nicotine patches"), que liberam quantidades de nicotina através da pele, dando à pessoa a nicotina de que a pessoa precisa, sem precisar fumar. Também são de grande utilidade as gomas de mascar com nicotina, que funcionam do mesmo modo. Nessas formas de tratamento há apenas nicotina, e não as outras substâncias químicas contidas no cigarro, e por isso causam menos mal à saúde.
Mais recentemente, foi mostrado que o uso de alguns medicamentos antidepressivos pode uxiliar no tratamento da dependência. Se houver interesse, mas dificuldade em largar o vício, o ideal é procurar um médico.
Por que parar?
Para muita gente, parar de fumar é extremamente difícil. Mas deveriam pensar em todos os benefícios que isso iria trazer, como saúde, bem estar, economia, além de evitar o incômodo e a doença dos indivíduos próximos que não fumam.
Mais links
INCa - INstituto Nacional do Câncer contra o tabagismo
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
Revista VEJA - contra o cigarro
Fonte: http://andre.sasse.com/
O Dia Mundial sem Tabaco 2009 - Advertências Sanitárias salvam vidas
Este ano a Organização Mundial de Saúde (OMS) escolheu o tema “Mostre a verdade. Advertências Sanitárias salvam vidas” para a celebração do Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio).
A indústria do tabaco utiliza embalagens atraentes e sofisticadas para captar novos consumidores e para estimular que os fumantes continuem adquirindo seus produtos. Dessa forma, as fabricantes de cigarros desviam a atenção dos consumidores dos efeitos mortais e das graves doenças que seus produtos causam à saúde.
Cada vez mais países estão exigindo que as embalagens dos produtos de tabaco tragam mensagens e imagens impactantes sobre os malefícios do tabagismo, o que é recomendado pela Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco.
Alertar as pessoas sobre os verdadeiros riscos do tabagismo é fundamental para estimular que os fumantes parem de fumar e evitar que crianças e jovens se tornem dependentes da nicotina. Exigir advertências nas embalagens de produtos de tabaco é uma estratégia simples, barata e eficiente. Elas transmitem uma mensagem clara e imediata, e reduzem a aparência atraente dos maços e boxes de cigarros.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA), coordenador do Programa Nacional de Controle de Tabagismo, e as secretarias estaduais e municipais de Saúde estarão promovendo em todo país atividades e eventos em comemoração ao Dia Mundial sem Tabaco, conscientizando a população brasileira sobre os riscos do ato de fumar e da fumaça ambiental do tabaco, bem como demonstrando a importância das advertências sanitárias como ferramenta essencial no controle do tabagismo
Pesquisa no Brasil mede impacto das advertências nos maços de cigarro
Em abril, o Brasil começou a medir o impacto das advertências sanitárias nos maços de cigarro. O levantamento integra o International Tobacco Control Policy Evaluation Project (ITC Project), pesquisa internacional sobre políticas de controle do tabaco que pela primeira vez está sendo aplicada no país. Os dados permitirão mensurar de forma contínua o comportamento da população em relação às ações de controle do tabaco e possibilitará a comparação com experiências internacionais de outros 20 países.
Como parte das comemorações do Dia Mundial sem Tabaco, 31 de maio, estão sendo divulgadas dados preliminares. Os pesquisadores constataram que quase metade (48,2%) dos fumantes disseram que as advertências nos maços de cigarros fazem com que fiquem mais propensos a deixar de fumar. As imagens e frases impressas impediram que 39,1% dos fumantes pegassem um cigarro quando eles estavam prestes a fumar, nos últimos 30 dias. E 61,6% dos fumantes (e 83.2% dos não-fumantes) disseram que as advertências os fizeram pensar, um pouco ou muito, sobre os riscos à saúde provocados pelo tabagismo.
De acordo com o estudo, o país vem alcançando bons resultados com as imagens de advertência nos maços, que provocam reações emocionais em quem as vê. A aversão às imagens não faz o fumante evitar apenas olhar para o maço, mas também pensar sobre os riscos envolvidos e evitar o próprio cigarro. Dos fumantes entrevistados, 84,9% disseram ficar muito ou extremamente preocupados quando veem as advertências. Dos 17 países em que a pesquisa já foi aplicada, o Brasil aparece em segundo lugar na questão de fumantes com intenção de parar de fumar – 80% dos ouvidos querem deixar cigarro.
A pesquisa está sendo realizada em três capitais – Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre – com um universo de 1.800 pessoas, fumantes e não-fumantes, que serão acompanhadas por no mínimo três anos. A cada mudança na política de controle do tabaco no país, as mesmas pessoas serão entrevistadas, o que permitirá a comparação temporal dos dados. A primeira etapa da pesquisa brasileira será concluída ainda no primeiro semestre deste ano. Para o início de 2010, está previsto o início da segunda fase, que vai avaliar o impacto das novas imagens de advertência, que começaram a ser veiculadas este mês.
No Brasil, a pesquisa está sendo realizada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e pela Universidade de Waterloo, do Canadá, sob a coordenação do professor Geoffrey Fong. O estudo é financiado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) e conta com o apoio da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) e do Laboratório de Neurobiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Metodologia
O International Tobacco Control Policy Evaluation Project (ITC Project), primeira pesquisa multinacional sobre política de controle do tabaco, pretende medir o impacto psicossocial e comportamental dos pontos-chave da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, do qual o Brasil é signatário. A Convenção é um tratado internacional de saúde pública que estabelece mecanismos de cooperação entre os países para preservar as gerações presentes e futuras das conseqüências do consumo e da exposição à fumaça do tabaco, além de formas de proteção das políticas nacionais contra os interesses da indústria do tabaco.
A pesquisa inclui parâmetros para medir cada um dos pontos-chave da Convenção, idênticos ou similares em todos os países participantes, a fim de permitir a comparação entre os participantes. O método de pesquisa consiste em apresentar determinadas afirmações a fumantes e não-fumantes e medir o quanto eles concordam ou discordam de cada uma. Os questionários apresentam perguntas sobre comportamentos do fumante, preços e taxação, medicamentos para deixar de fumar, cessação do tabagismo e imagens de advertência, entre outros.
Dados brasileiros
No Brasil, a pesquisa está em andamento e os dados apresentados hoje (27/05) são parciais. Até agora, foram entrevistados 345 moradores do Rio (140 fumantes e 205 não-fumantes), 160 de São Paulo (71 e 89 não-fumantes) e 212 em Porto Alegre (110 fumantes e 102 não-fumantes). -
91,8% dos fumantes ouvidos disseram que se pudessem voltar atrás, não teriam começado a fumar (61.0% concordaram fortemente + 30.8% concordaram). -
50% dos fumantes e 28% dos não-fumantes reparam nas imagens de advertência dos maços frequentemente ou muito frequentemente.-
32,7% dos fumantes leram ou olharam atentamente para as advertências dos rótulos frequentemente ou muito frequentemente.-
43.8% dos fumantes fizeram esforço para evitar olhar ou pensar sobre as advertências.
A despeito da quantidade considerável de informação acerca dos danos de fumar que apareceram nas embalagens dos cigarros brasileiros, 56.8% dos fumantes acham que os maços deveriam ter ainda mais informações de saúde do que possuem agora. Apenas 1,9% quer menos informação (entre não fumantes, 70.5% quer mais informação e apenas 1,3% quer menos).
Fonte : INCA
O Cigarro e Seus Males
Riscos
O cigarro foi considerado por muito tempo como símbolo de status. Hoje em dia, porém, sabe-se que o cigarro é um dos piores inimigos da saúde, e aos poucos ele vai saindo de moda.
Um bom exemplo de doença associada ao fumo é o câncer de pulmão, doença altamente fatal, em que a quantidade de cigarros fumados por dia é proporcional ao risco de se ter a doença. Isso quer dizer que, se a pessoa fuma de 1 a 9 cigarros por dia, ela tem 5 vezes mais chance de ter câncer, enquanto alguém que fume mais de 40 cigarros por dia terá uma chance 20 vezes maior que um não-fumante. Também as pessoas que não fumam, mas vivem com fumantes, (os chamados fumantes passivos) têm chance de adquirir a doença, sendo que 25 a 46% das mulheres que morrem de câncer de pulmão e 13 a 37% dos homens que morrem da mesma doença não são fumantes, mas com certeza adquiriram a doença através da convivência com fumantes.
Outras doenças também são apontadas como sendo causadas pelo cigarro, como o câncer de colo uterino, em que as mulheres fumantes têm um risco 3 vezes maior de adquirir a doença do que as não fumantes. Outros casos de associação do cigarro com câncer são câncer de laringe e de boca, de pâncreas, de bexiga, de esôfago, de estômago e de rim. O cigarro também contribui em grande parte para o infarto do coração, bem como para outras doenças vasculares, como o derrame cerebral. Por mais de 20 anos, várias pesquisas têm demonstrado que o fumo é a causa mais importante de bronquites crônicas e enfisema pulmonar. Como se não bastasse, em gestantes, o cigarro provoca partos prematuros, e o nascimento de crianças com peso muito abaixo do normal. Além disso, o fumo causa por volta de 20% dos casos anuais de asma nas crianças.
Composição
As folhas de fumo contêm mais de 4.500 complexos químicos, muitos dos quais se transformam em outras combinações. Esses complexos incluem arsênico, amônia, sulfito de hidrogênio e cianeto hidrogenado. Talvez o mais letal de todos os elementos seja o monóxido de carbono, que é idêntico ao gás que sai do escapamento dos automóveis. Como o monóxido de carbono tem mais afinidade com a hemoglobina do sangue do que o próprio oxigênio, ele toma o lugar do oxigênio, deixando o nosso corpo totalmente intoxicado.
Largando o hábito
Nem sempre é fácil largar o hábito do fumo. Mas sempre é bom para a saúde. Alguns benefícios são quase imediatos. Trinta minutos depois da pessoa fumar o último cigarro, pressão arterial, batimento cardíaco e temperatura voltam ao normal. Ao final de oito horas, o nível de oxigênio e gás carbônico do sangue começa a se equilibrar, e a chance de se ter um ataque do coração começa a cair. Algumas semanas depois de ter parado de fumar, o olfato e o paladar começam a funcionar normalmente, e a respiração se normaliza.
A pessoa que para de fumar sente-se mais energética e o seu risco de desenvolver um ataque cardíaco, após alguns meses, vai cair para menos de 50% do que quando fumava. Depois de 10 anos sem fumar, aquelas pessoas que tinham células pré-cancerosas nos pulmões passam a ter células normais e, após 20 anos de abstinência, passam a ser consideradas não fumantes.
Tratamento
Fumar vicia orgânica e psicologicamente. Para quebrar o hábito de fumar, pode ser necessário fazer alguma forma de tratamento que elimine a dependência física e psicológica da nicotina. Vários tratamentos têm sido sugeridos. Um deles é o uso de grupos de apoio. Também a hipnose e psicoterapia podem ajudar nos casos em que a ansiedade é um fator importante. Algumas pessoas se beneficiam do uso de acupuntura, com bons resultados. Porém, um tratamento que tem resolvido bastante é o uso de bandagens de nicotina auto-adesivas ("nicotine patches"), que liberam quantidades de nicotina através da pele, dando à pessoa a nicotina de que a pessoa precisa, sem precisar fumar. Também são de grande utilidade as gomas de mascar com nicotina, que funcionam do mesmo modo. Nessas formas de tratamento há apenas nicotina, e não as outras substâncias químicas contidas no cigarro, e por isso causam menos mal à saúde.
Mais recentemente, foi mostrado que o uso de alguns medicamentos antidepressivos pode uxiliar no tratamento da dependência. Se houver interesse, mas dificuldade em largar o vício, o ideal é procurar um médico.
Por que parar?
Para muita gente, parar de fumar é extremamente difícil. Mas deveriam pensar em todos os benefícios que isso iria trazer, como saúde, bem estar, economia, além de evitar o incômodo e a doença dos indivíduos próximos que não fumam.
Mais links
INCa - INstituto Nacional do Câncer contra o tabagismo
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
Revista VEJA - contra o cigarro
Fonte: http://andre.sasse.com/
O Dia Mundial sem Tabaco 2009 - Advertências Sanitárias salvam vidas
Este ano a Organização Mundial de Saúde (OMS) escolheu o tema “Mostre a verdade. Advertências Sanitárias salvam vidas” para a celebração do Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio).
A indústria do tabaco utiliza embalagens atraentes e sofisticadas para captar novos consumidores e para estimular que os fumantes continuem adquirindo seus produtos. Dessa forma, as fabricantes de cigarros desviam a atenção dos consumidores dos efeitos mortais e das graves doenças que seus produtos causam à saúde.
Cada vez mais países estão exigindo que as embalagens dos produtos de tabaco tragam mensagens e imagens impactantes sobre os malefícios do tabagismo, o que é recomendado pela Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco.
Alertar as pessoas sobre os verdadeiros riscos do tabagismo é fundamental para estimular que os fumantes parem de fumar e evitar que crianças e jovens se tornem dependentes da nicotina. Exigir advertências nas embalagens de produtos de tabaco é uma estratégia simples, barata e eficiente. Elas transmitem uma mensagem clara e imediata, e reduzem a aparência atraente dos maços e boxes de cigarros.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA), coordenador do Programa Nacional de Controle de Tabagismo, e as secretarias estaduais e municipais de Saúde estarão promovendo em todo país atividades e eventos em comemoração ao Dia Mundial sem Tabaco, conscientizando a população brasileira sobre os riscos do ato de fumar e da fumaça ambiental do tabaco, bem como demonstrando a importância das advertências sanitárias como ferramenta essencial no controle do tabagismo
Pesquisa no Brasil mede impacto das advertências nos maços de cigarro
Em abril, o Brasil começou a medir o impacto das advertências sanitárias nos maços de cigarro. O levantamento integra o International Tobacco Control Policy Evaluation Project (ITC Project), pesquisa internacional sobre políticas de controle do tabaco que pela primeira vez está sendo aplicada no país. Os dados permitirão mensurar de forma contínua o comportamento da população em relação às ações de controle do tabaco e possibilitará a comparação com experiências internacionais de outros 20 países.
Como parte das comemorações do Dia Mundial sem Tabaco, 31 de maio, estão sendo divulgadas dados preliminares. Os pesquisadores constataram que quase metade (48,2%) dos fumantes disseram que as advertências nos maços de cigarros fazem com que fiquem mais propensos a deixar de fumar. As imagens e frases impressas impediram que 39,1% dos fumantes pegassem um cigarro quando eles estavam prestes a fumar, nos últimos 30 dias. E 61,6% dos fumantes (e 83.2% dos não-fumantes) disseram que as advertências os fizeram pensar, um pouco ou muito, sobre os riscos à saúde provocados pelo tabagismo.
De acordo com o estudo, o país vem alcançando bons resultados com as imagens de advertência nos maços, que provocam reações emocionais em quem as vê. A aversão às imagens não faz o fumante evitar apenas olhar para o maço, mas também pensar sobre os riscos envolvidos e evitar o próprio cigarro. Dos fumantes entrevistados, 84,9% disseram ficar muito ou extremamente preocupados quando veem as advertências. Dos 17 países em que a pesquisa já foi aplicada, o Brasil aparece em segundo lugar na questão de fumantes com intenção de parar de fumar – 80% dos ouvidos querem deixar cigarro.
A pesquisa está sendo realizada em três capitais – Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre – com um universo de 1.800 pessoas, fumantes e não-fumantes, que serão acompanhadas por no mínimo três anos. A cada mudança na política de controle do tabaco no país, as mesmas pessoas serão entrevistadas, o que permitirá a comparação temporal dos dados. A primeira etapa da pesquisa brasileira será concluída ainda no primeiro semestre deste ano. Para o início de 2010, está previsto o início da segunda fase, que vai avaliar o impacto das novas imagens de advertência, que começaram a ser veiculadas este mês.
No Brasil, a pesquisa está sendo realizada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e pela Universidade de Waterloo, do Canadá, sob a coordenação do professor Geoffrey Fong. O estudo é financiado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) e conta com o apoio da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) e do Laboratório de Neurobiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Metodologia
O International Tobacco Control Policy Evaluation Project (ITC Project), primeira pesquisa multinacional sobre política de controle do tabaco, pretende medir o impacto psicossocial e comportamental dos pontos-chave da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, do qual o Brasil é signatário. A Convenção é um tratado internacional de saúde pública que estabelece mecanismos de cooperação entre os países para preservar as gerações presentes e futuras das conseqüências do consumo e da exposição à fumaça do tabaco, além de formas de proteção das políticas nacionais contra os interesses da indústria do tabaco.
A pesquisa inclui parâmetros para medir cada um dos pontos-chave da Convenção, idênticos ou similares em todos os países participantes, a fim de permitir a comparação entre os participantes. O método de pesquisa consiste em apresentar determinadas afirmações a fumantes e não-fumantes e medir o quanto eles concordam ou discordam de cada uma. Os questionários apresentam perguntas sobre comportamentos do fumante, preços e taxação, medicamentos para deixar de fumar, cessação do tabagismo e imagens de advertência, entre outros.
Dados brasileiros
No Brasil, a pesquisa está em andamento e os dados apresentados hoje (27/05) são parciais. Até agora, foram entrevistados 345 moradores do Rio (140 fumantes e 205 não-fumantes), 160 de São Paulo (71 e 89 não-fumantes) e 212 em Porto Alegre (110 fumantes e 102 não-fumantes). -
91,8% dos fumantes ouvidos disseram que se pudessem voltar atrás, não teriam começado a fumar (61.0% concordaram fortemente + 30.8% concordaram). -
50% dos fumantes e 28% dos não-fumantes reparam nas imagens de advertência dos maços frequentemente ou muito frequentemente.-
32,7% dos fumantes leram ou olharam atentamente para as advertências dos rótulos frequentemente ou muito frequentemente.-
43.8% dos fumantes fizeram esforço para evitar olhar ou pensar sobre as advertências.
A despeito da quantidade considerável de informação acerca dos danos de fumar que apareceram nas embalagens dos cigarros brasileiros, 56.8% dos fumantes acham que os maços deveriam ter ainda mais informações de saúde do que possuem agora. Apenas 1,9% quer menos informação (entre não fumantes, 70.5% quer mais informação e apenas 1,3% quer menos).
Fonte : INCA
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