INSTITUTO OCEANÁRIO
Tem como atribuições:

ATAQUES DE TUBARÃO NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
· Elevação do número de surfistas e banhistas na região, ao longo
dos anos;
· A pesca de arrasto de camarão, com descarte de peixes, próximo
às praias da área afetada;
às praias da área afetada;
· A topografia submarina da região, caracterizada por um canal
profundo adjacente à praia;
· Mudanças climáticas em anos recentes (particularmente em
1994, quando 10 ataques ocorreram)
· A construção do Porto de Suape, ao sul de Recife, resultando em
um grave impacto ambiental e um acentuado aumento no
tráfego marítimo.
Áreas portuárias são tradicionalmente consideradas zonas perigosas em função da maior abundância de tubarões, provavelmente atraídos pelo lixo que os navios comumente despejam no mar, apesar dessa prática ser proibida. Além disso, os navios costumam trafegar em áreas distantes da costa, próximas ao talude continental, onde habitam espécies e indivíduos de maior porte, os quais podem ser atraídos pelas grandes embarcações para áreas mais rasas, quando as mesmas entram em áreas portuárias, como no caso do Porto de Suape.
Além do tráfego marítimo, um outro fator de grande importância parece ter sido o impacto ecológico causado pela construção do Porto, incluindo a destruição de vastas áreas de manguezal e aterros, além do desvio do curso de dois rios: o Ipojuca e o Merepe. Como esta área era
relativamente virgem, era provavelmente freqüentada por fêmeas do tubarão cabeçachata
como área de parto, já que é comum o hábito nesta espécie de parir os seus filhotes em regiões estuarinas. A partir da degradação ambiental verificada, é provável que um número maior de
fêmeas desta espécie tenha passado a se deslocar para o estuário mais próximo, o do Rio Jaboatão, localizado ao norte, o qual desemboca exatamente nas praias da Região Metropolitana do Recife, onde ocorreram todos os ataques, exceto três (Pontas de Pedra, Pau Amarelo
e Del Chifre), ou seja, Paiva, Candeias, Piedade, Boa Viagem e Pina.
relativamente virgem, era provavelmente freqüentada por fêmeas do tubarão cabeçachata
como área de parto, já que é comum o hábito nesta espécie de parir os seus filhotes em regiões estuarinas. A partir da degradação ambiental verificada, é provável que um número maior de
fêmeas desta espécie tenha passado a se deslocar para o estuário mais próximo, o do Rio Jaboatão, localizado ao norte, o qual desemboca exatamente nas praias da Região Metropolitana do Recife, onde ocorreram todos os ataques, exceto três (Pontas de Pedra, Pau Amarelo
e Del Chifre), ou seja, Paiva, Candeias, Piedade, Boa Viagem e Pina.

A aparente tendência dos ataques de se concentrarem nas fases de lua nova e cheia, quando ocorreram a maior parte dos incidentes, está provavelmente associada ao fato de que nestas fases lunares a amplitude das marés é máxima, favorecendo, portanto, não apenas condições mais propícias para a prática do surfe, como também uma maior aproximação de tubarões de maior porte. Além disto, as ondas maiores ocorrem, comumente, nos períodos de maré alta, o que no caso das marés de sizígia (luas nova e cheia) acontece em torno de 4:00h e 16:00h, ou seja, ao nascer do sol e ao cair da tarde, períodos em que a maioria dos tubarões de maior agressividade se encontram também mais ativos, em contraposição ao que ocorre nas luas de quarto crescente e minguante, quando a maré alta se dá por volta das 10:00h
e 22:00h.
A menor incidência de ataques no período de janeiro a março, possivelmente decorra do fato de este ser o período de menor intensidade pluviométrica e ventos mais fracos, predominantemente de nordeste, desfavorecendo assim a formação de ondas propícias à prática do surfe, além de aumentar significativamente a transparência da água. A partir de Julho, os ventos de Sul e Sudeste tornamse bem mais freqüentes, intensificando as correntes no sentido Suape Þ Recife, como citado acima, além de tornar as águas bem mais turvas, aspecto que contribui significativamente para a ocorrência de ataques. Isto explicaria a maior incidência de ataques ocorrendo entre julho e setembro.

e surfistas devem ter sempre grande cautela.

profundidade, sendo este exatamente o local onde os surfistas permanecem a maior parte do tempo esperando a formação das melhores ondas. A hipótese de que os ataques tenham sido provocados por indivíduos isolados parece encontrar respaldo nos baixos índices de abundância observados. Definitivamente a costa do Estado de Pernambuco não se encontra infestada por tubarões, como muitos imaginam, não sendo pertinente, conseqüentemente, se atribuir a
elevação dramática do número de ataques a uma superabundância de tubarões.

Infelizmente, os danos causados pelos ataques de tubarão na costa pernambucana possuem um alcance que vai muito além das vítimas e de suas famílias. Como possuem um forte impacto de mídia, os ataques têm alcançado uma ampla divulgação local, nacional e até mesmo internacional, repercutindo negativamente na imagem do Estado, com óbvios prejuízos para a atividade turística, incluindo todos os seus segmentos, desde as agências de viagem até a indústria
hoteleira, passando pelas operadoras de esportes náuticos e atividades de mergulho.
Fonte: CEMIT
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