quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Não resistir a tudo que engorda


Muitas pessoas fazem todos os sacrifícios para manter o peso, mas não resistem a uma guloseima. Esse é um problema que atinge muitas mulheres e a sua gula por chocolates, pães, doces e comidas gordurosas em geral é creditada a uma mera ausência de força de vontade. No entanto, estudos científicos apontam que a vontade de comer, de saborear estes alimentos é fundamentalmente neuroquímica.



Todas essas delícias engordativas contêm substâncias que estimulam a produção de neurotransmissores ligados à sensação de vitalidade, prazer, e bem-estar, como a serotonina. Além disso, o nosso organismo é uma máquina que procura instintivamente economizar energia e nada sabe sobre a moda dos bumbuns empinados, das coxas roliças e da barriga sarada.



O organismo vai preferir armazenar gordura para gerar mais energia. Por este motivo, a reeducação alimentar está na ordem do dia: porque, se deixarmos a boca seguir a sua "lógica" natural, ela escolherá invariavelmente o que mais engorda.



Um outro agravante também é que toda vez que ingerimos gordura, o cérebro produz endorfina - substância que transmite uma sensação de relaxamento e bem-estar. Em outras palavras, nossa mente nos condiciona a comer alimentos gordurosos para ter prazer. As pessoas que ligam menos para gordura têm altos níveis de leptina no organismo. Recém-descoberta pela ciência, a leptina é um hormônio produzido pelas células gordurosas e que informa o cérebro de que os compartimentos celulares armazenadores de gordura já estão lotados.



Muitas pessoas acreditam que engordam porque comem muito açúcar, mas na verdade a causa é a farinha refinada que entra na receita de quase todos os doces e gera compulsão alimentar. "Ninguém chega no meu consultório dizendo que rasgou a pontinha do saco de açúcar e ficou comendo a noite toda . A compulsão é por bolos, biscoitos, amanteigados, pães doces e outros farináceos. O açúcar refinado engorda, estimula a produção de serotonima, tem muita química e provoca diabetes, mas não gera compulsão, ao contrário da farinha branca.



Segundo pesquisas recentes, 60% das mulheres que padecem do chamado efeito sanfona possuem compulsão alimentar em relação a farinha refinada. Essa dependência se dá quando os agentes metabólicos do trigo, durante o processo digestivo, entram em contato com as glândulas endócrinas situadas na primeira porção do intestino. Esse contato gera a liberação de uma substância semelhante à endorfina - a enxorfina -, que sobe ao sistema nervoso central e provoca a sensação de prazer e estimulo de comer compulsivo.



Por fim, a farinha como o açúcar, ainda contém triptofano, substância que estimula o cérebro a produzir a serotonina - neurotransmissor que regula o prazer, o sono, o apetite e a própria alegria de viver. Se a pessoa simplesmente cortar, de uma hora para outra, o açúcar e a farinha, provocará uma queda brusca de serotonina no organismo e manifestará uma síndrome de abstinência semelhante a de um viciado em álcool ou em cocaína. Entre os sintomas mais freqüentes, costumam estar dor de cabeça, depressão, enjôos e mau humor.



Substâncias químicas de última geração vêem tratando este distúrbio serotoninérgico com sucesso. Entre elas se destacam Sibutramina, Sertralina e Fluoxetina ( Laboratório Abbott), que controla esta vontade compulsiva do comer, por manter estável os níveis de serotonina. É um tratamento seguro e que pode ser usado por um período longo.



Antes de iniciar o tratamento, o paciente deverá passar por um minucioso exame laboratorial, dosando todos os hormônios e os níveis sérios de serotonina, dopamina e catecolaminas; além de vitaminograma completo. Isto orienta o médico a prescrever o medicamento correto. Com tudo isso, a reeducação alimentar se torna possível e não vai soar como um castigo.



Atividades físicas de 30 minutos, de 4 a 5 vezes por semana também são fundamentais pela alta produção de endorfinas e pelo gasto calórico. Converse com o seu médico.

Fonte: http://www.terciorocha.com.br/

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